Os vereadores da oposição socialista na Câmara de Grândola pediram ao presidente, eleito pela CDU, para avançar com uma inspecção aos 12 anos da anterior gestão do PS, devido a “insinuações” sobre “irregularidades” nos procedimentos.
O requerimento foi entregue na mais recente reunião de câmara, porque “quem não deve, não teme”, confirma à Agência Lusa o vereador Ricardo Campaniço, que nas eleições autárquicas de 2013 foi cabeça-de-lista pelo PS.
Para António Figueira Mendes (CDU), líder do executivo municipal, esta acção “não é mais do que uma fuga para a frente” dos socialistas, afiançando que a auditoria vai avançar “independentemente do requerimento que foi apresentado pelos vereadores do PS”.
No documento, a que a Lusa teve acesso, os vereadores do PS, Ricardo Campaniço e Graça Guerreiro Nunes, referem a “existência de insinuações provenientes de diversos quadrantes políticos” sobre “irregularidades ou mesmo ilegalidades alegadamente cometidas pelo anterior executivo camarário”.
A oposição socialista quer, por isso, que o presidente do Município solicite ao Inspector-Geral das Finanças a avaliação da “necessidade e conveniência” de uma inspecção que incida sobre “todos” os mandatos do PS em Grândola.
Este processo deve ser efectuado por uma entidade “cuja isenção e idoneidade sejam inquestionáveis e cuja intervenção acarrete um mínimo de encargos financeiros para a autarquia”, defendem.
Na mesma reunião de câmara, o vereador eleito pelo Movimento Independente por Grândola (MIG), Aníbal Cordeiro, apontou críticas aos primeiros 100 dias de governação da CDU, inclusivamente por ainda não se ter procedido a uma averiguação, “com rigor”, da situação financeira do Município.
De acordo com António Figueira Mendes, que já liderou o Município de Grândola entre 1976 e 1989, o executivo está “a consultar empresas” para a realização da auditoria, não tendo avançado mais cedo para não “perturbar o funcionamento dos serviços”.
O autarca discorda de que a auditoria deva ser feita pela Inspecção-Geral das Finanças, lembrando que “quem conduz agora o destino da câmara” é a CDU.
O comunista explica que “a questão não se põe em termos financeiros, por enquanto”, prendendo-se com “incorrecções em termos de procedimentos”, nomeadamente “alguns negócios mal conduzidos” que “podem ter trazido prejuízos para a Câmara”.
“Em princípio, até ao final deste mês, se tudo correr bem, avançaremos com a auditoria”, indica António Figueira Mendes.
(Fonte: Correio do Alentejo)
(Fonte: Correio do Alentejo)